domingo, 25 de dezembro de 2011


Revolução Federalista


Miriam Ilza Santana


Revolução Federalista  aconteceu no Rio Grande do Sul, seu início deu-se no ano de 1893 e perdurou até 1895, envolvendo os mais importantes grupos políticos. A República dava seus primeiros passos, dois grupos pleiteavam o poder, o Partido Federalista – que agrupava a antiga nata do Partido Liberal da época do império, comandado por Gaspar da Silveira Martins – e o Partido Republicano Rio-Grandense – do qual faziam parte os adeptos da república, e que era dirigido por Júlio de Castilhos, então governador.
A facção dos federalistas resguardava o sistema parlamentar de governo e exigia a análise das constituições estaduais com o objetivo de as retificar, caso necessário, antevendo a possível concentração política e a fortificação do Brasil como União Federativa. Já o Partido Castilhista era favorável do positivismo – viver a vida baseada nos fatos e na experiência, rejeitando tudo que é nebuloso e sobrenatural -, do presidencialismo e da liberdade de se administrar um estado segundo suas leis. Os sectários dos federalistas eram conhecidos pelo nome de gasparitas ou maragatos e os correligionários de Júlio Castilhos foram denominados castilhistas ou pica-paus.

No dia 17 de junho de 1892 Castilho foi proclamado presidente daquele estado. Os federalistas não aceitaram e reagiram, colocando na rua cerca de seiscentos homens, sob a liderança de Gumercindo Saraiva, os quais venceram os soldados que se encontravam sob as ordens do coronel Pedroso de Oliveira. Várias outras batalhas ocorreram, sendo as mais conhecidas as da Lagoa Branca e a Restinga da Jarraca, culminando na vitória dos maragatos e no poder absoluto sobre a fronteira. Os maragatos exigiram a destituição de Júlio Castilhos e a consumação de um plebiscito, no qual fosse permitido que o povo indicasse o tipo de governo que almejava. Uma instabilidade política e social é capaz de abalar qualquer estrutura de governo.
  Diante da inflamação da revolta e da inquietação da população, o governo rio-grandense sentiu-se inseguro e o presidente da república – na época o marechal Floriano Peixoto  – decidiu enviar o exército federal – conhecidocomo tropa legalista -, sob a supervisão do general Hipólito Ribeiro, para tomar ciência do que se passava e defender Júlio Castilho. A polícia estadual também colaborou no enfrentamento do inimigo. No mês de maio de 1893 os maragatos amargam o primeiro desbaratamento no riacho Inhanduí, em Alegrete, comuna ao sul do Rio Grande. Diante desta derrota, os maragatos ganharam o apoio de um contingente de gaúchos e venceram os legalistas na batalha de Cerro do Ouro, prosseguindo com vários ataques pelo estado.
O clímax do conflito se deu quando os gasparitas tomaram Santa Catarina e juntaram-se aos insurgentes daRevolta da Armada, que invadiram a cidade de Desterro (hoje Florianópolis). Subseqüentemente apoderam-se do Paraná e de Curitiba, contudo, depois de tanto tempo de luta, estes se encontram desfalcados, calculam as perdas e ganhos que poderiam advir se continuassem com os ataques e decidem recuar, centralizando as forças na região gaúcha. O conflito se estende até o ano de 1895, quando o novo presidente – Prudente de Moraes – celebra uma conciliação de paz.
Júlio de Castilhos retoma o poder perdido – concedido pelo governo -, e o Congresso indulta os co-autores do levante. Assim termina mais um conflito nascido no começo da república.


História Brasileira


Leonel Brizola 

 (InfoEscola) 

Leonel de Moura Brizola nasceu no dia 22 de janeiro de 1922, povoado de Cruzinha, Passo Fundo, estado do Rio Grande do Sul. Filho do lavrador José de Oliveira Brizola que morreu na Revolução Federalista de 1923, e de Onívia de Moura Brizola.


Formou-se em técnico rural em 1939, já havia trabalhado como engraxate, trocador de farmácia e ascensorista. Nos anos 40, foi trabalhar no serviço de parques e jardins da prefeitura de Porto Alegre, e começou a estudar no curso de engenharia civil da Universidade do Rio Grande do Sul, formando-se em 1949. 
Nesta mesma época já era filiado o PTB, e já havia sido deputado estadual em 1947. Participou da elaboração da Constituição gaúcha, aprovando junto com o PTB, a instituição do regime parlamentaristano Estado, embargada logo depois pelo STF.
Em 1º de março de 1950, Brizola casou-se com Neuza Goulart, tornando-se cunhado do deputado estadual João Goulart, Getúlio Vargas foi o padrinho de casamento. Em 1958, Brizola é eleito governador do Rio Grande do Sul, criou a Caixa Econômica do estado e construiu mais de 5.000 escolas. 
Após um período de exílio na década de 70, retorna no processo de anistia, tenta reformar o PTB , impedido funda o PDT. Nas décadas de 80 e 90, elegeu-se governador do estado do Rio de Janeiro por duas vezes. 
No Rio de Janeiro, tendo em sua equipe Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, construiu o Sambódromo e o projeto de educação integral dos Ciep´s. Candidatou-se à presidência nas eleições de 1989, 1994 e na chapa do presidente Lula, como vice na eleições de 1998, foi derrotado em todas, suas últimas candidaturas, para prefeito da cidade do Rio de Janeiro em 2000, e senador em 2002, não foram bem sucedidas.
Faleceu numa noite de segunda-feira, em 21 de junho de 2004, aos 82 anos.