| Em 1º de abril de 1964, Leonel Brizola pronunciou o seguinte discurso, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, diante dos microfones da Rádio Guaíba, em cadeia com a Agencia Nacional:
“Atenção, sargentos do III Exército! Dessas Unidades que me ouvem neste momento” Atenção, sargentos das Unidades chefiadas por esses militares golpistas! Atenção, oficiais nacionalistas dessas Unidades! Atenção Sargentos!
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O povo, do qual sois uma parte inseparável, vos pede neste instante. Pedem a todos vós neste momento! Pede aos sargentos que se levantem, tomem os quartéis e prendam os gorilas! .
Atenção, sargentos do Exército brasileiro, das Unidades que traíram a confiança do ínclito general... do ínclito general Ladário Pereira Teles. Peço-vos... ou nós vos pedimos, nós do povo, do qual sois uma parte inseparável, mesmo que nos tenham negado a posse das armas... Tomem a iniciativa... à unha mesmo (gritaria), com o que tiverem na mão. Tomem as armas desses gorilas. Tomem conta dos quartéis e prendam os traidores.
Eu quero comunicar a esta multidão, a Porto Alegre, ao Rio Grande e ao Brasil que a 3ª Divisão de Cavalaria Blindada pôs suas Unidades sediadas (ininteligível) (gritos de já ganhou, já ganhou).
Atenção, sargentos de Uruguaiana! Atenção, sargentos de Bagé! Atenção, sargentos da 3ª DI de Santa Maria! O povo gaúcho confia na vossa bravura, no vosso heroísmo e no vosso amor à causa do povo brasileiro. Chegou a vossa hora. Aliem-se. Procurem os oficiais nacionalistas! Tomem conta dos quartéis e prendam os oficiais gorilas e golpistas!
Agora vai chegar a vez dos golpistas e gorilas! Das fronteiras do Rio Grande para cima. Aqueles que traíram em Santa Catarina e Paraná, em São Paulo, em Minas Gerais e em outros pontos do território nacional. Atenção, sargentos do Brasil! Atenção, oficiais nacionalistas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e das Forças Públicas estaduais. Tomem nesta noite as necessárias iniciativas! Hoje à noite! Amanhã, no momento oportuno, ocupem os quartéis e prendam esses golpistas que querem garrotear os nossos direitos e as nossas liberdades!”
Extraído de Carlos I. S. Azambuja