quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lula diz que, ao deixar Presidência, vai trabalhar para fortalecer esquerda

Ele inaugurou espaço que leva nome do ex-governador Leonel Brizola.
Presidente defendeu maior diálogo entre os partidos de esquerda.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (18) que quando deixar a Presidência vai trabalhar para fortalecer a esquerda brasileira. Lula participou nesta tarde da inauguração do Centro de Referência do Trabalhador Leonel Brizola, em Brasília, que leva o nome do ex-governador e ex-presidente do PDT, morto em 2004. O centro é um espaço de preservação da memória do trabalho no país.

“Quando deixar a Presidência, me tornarei um outro homem, com muito mais experiência, mais sabedor do que é preciso ser feito, e vou trabalhar para formar uma força mais forte e homogênea que represente melhor a esquerda brasileira”, afirmou.

A fala foi em referência ao suposto distanciamento entre PT e PDT. O presidente afirmou que os dois partidos têm mais pontos em comum do que divergências, mas que a imagem passada pela imprensa é de que existem conflitos entre as duas legendas.

“O problema é que muitas vezes não sentamos para conversar e deixamos uma ou outra voz dos dois partidos falar mais alto”, afirmou. Lula disse que pretende trabalhar para que haja maior diálogo entre os partidos que representam a esquerda, como o PDT.

Relacionamento com Brizola
Lula lembrou durante o seu discurso de seu relacionamento com o ex-governador Leonel Brizola. Segundo ele, em 1989, quando ambos disputaram a Presidência ca República, nas primeiras eleições diretas para o cargo após o fim da ditadura militar, Brizola teria pedido a Lula para que apoiasse o então senador Mário Covas na disputa. Lula se recusou e, após uma conversa com Brizola, o ex-governador voltou atrás e apoiou o petista.

O presidente contou também que, em outra ocasião, Brizola sugeriu que PT e PDT se fundissem em um único partido. Lula, no entanto, disse ter argumentado a ex-governador que a criação de uma nova legenda traria dificuldades. “Uma fusão não é simples. Para isso, os partidos terão de passar por uma depuração. Muita gente vai ter que cair fora do PT e do PDT”, teria dito a Brizola.
Ele disse ainda que Brizola tinha "ressentimento" porque  Lula não visitava o túmulo de Getúlio Vargas, apesar dos vários convites do pedetista. O presidente disse que em um dado momento acabou cedendo aos apelos do ex-governador. Diante do túmulo, Lula disse ter estranhado ao ver Brizola "conversando" com Getúlio como se ele estivesse vivo.
Brizola teria perguntado ao presidente se ele também não queria participar da "conversa". O presidente respondeu que não. O ex-governador teria então "apresentado" Lula a Getúlio.  "Esse é o Lula. É um operário que nós vamos apoiar", disse Brizola. Lula disse que naquele momento pensou: "Esse Brizola transcende a minha compreensão".
Após a inauguração do Centro de Referência Leonel Brizola, Lula seguiu para a Base Aérea de Brasília, onde embarcaria para o Rio de Janeiro, para cumpre agenda nesta sexta-feira (19).

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